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A morte de Savimbi abre perspectivas de paz para Angola
2002-02-23 21:22:41

"Espero que depois da morte de Savimbi, o governo declare o cessar fogo e dê anistia para os guerrilheiros que se entregarem". Assim dom Eugenio Dal Corso, PSDP bispo de Saurimo (nordeste de Angola), comenta com Fides a morte de Jonas Savimbi, chefe da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), desde sua constituição, em 1966. O líder guerrilheiro foi morto em 22 de Fevereiro, em Moxico (no leste do país) durante uma batalha da UNITA contra o exército.


"O governo sempre disse que uma das condições para a paz era a captura de Savimbi. Mesmo que a morte de um homem seja sempre algo triste, espero a paz seja alcançada" disse dom Dal Corso. "É uma ilusão pensar em pacificação imediata do país. A UNITA ainda tem grupos espalhados em todo o território de Angola. O risco é que de uma guerra, se passe para formas de banditismo endêmico. Diversos soldados do governo deserdaram e tornaram-se bandidos. Existem muitas armas em circulação e os membros da UNITA que querem se render temem serem mortos. Por isto o governo deve dar-lhes garantias de vida e respeitar seus direitos fundamentais. A comunidade internacional deve intervir com observadores para garantir a vida daqueles que se rendem, para recolher as armas e desarmar as minas espalhadas no território".

Desde 1975, ano da independência de Portugal, Angola foi envolvida em uma guerra civil entre o governo, dominado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) com tendência marxista, e a UNITA.

Não obstante os acordos de paz de Bicesse (1991) e de Lusaka (1994) a guerra continuou. O que está em jogo é o uso dos imensos recursos do país, em particular o petróleo (nas áreas controladas pelo governo) e diamantes (cujas minas estão nas mãos da UNITA).

Os anos de guerra pararam o país. Os mortos são pelo menos 500 mil e 100 mil os mutilados. Dom Dal Corso diz: "Em Angola, sobre 12 milhões de habitantes, existem 4 milhões de refugiados internos, 15 milhões de minas estão enterradas no território e em algumas áreas se morre de fome. A igreja sempre procurou ajudar estas pessoas, e sempre trabalhou pela paz, mesmo quando o governo recusava o diálogo com a guerrilha".
(Fides 23/2/2002)

Fonte Ecclesia

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