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Papa Quer Mais "Generosidade Real" com Os Pobres
2002-02-20 22:13:17

O Papa João Paulo II apela aos católicos do mundo inteiro para que vivam uma "generosidade real pelos irmãos mais pobres". Na sua mensagem para a Quaresma, o período de 40 dias que antecede a Páscoa, o Papa critica a visão dos que avaliam "as relações com os outros a partir do interesse e do proveito próprio, segundo uma visão egocêntrica da existência na qual, com frequência, não cabem os pobres e os débeis".



"Toda a pessoa, até a menos dotada, deve, pelo contrário, ser acolhida e amada por si mesma, prescindindo dos seus méritos e defeitos", propõe João Paulo II. E é mesmo quando alguém "mais se acha em dificuldade" que mais deve ser objecto do "amor concreto". Um amor que, acrescenta, "a Igreja testemunha, através de numerosas instituições, cuidando dos doentes, marginalizados, pobres e explorados" tornando os cristãos, deste modo, "apóstolos de esperança e construtores da civilização do amor".

A pobreza e a penúria de muitos são, mesmo, uma situação que permite a outras pessoas "aprenderem a libertar-se" do seu egoísmo. E quando "o cristão acode às necessidades do próximo" está a prestar uma ajuda que "nunca é meramente material", mas também implica comunicar "o sentido pleno da vida, da esperança, do amor".

Subordinada ao título "Recebestes de graça, dai de graça", uma frase retirada do evangelho segundo São Mateus, a mensagem é uma ocasião para o Papa falar da "benevolência de Deus", dizendo que "o desabrochar da vida e o seu prodigioso desenvolvimento é um dom". Por isso, "a existência não pode ser considerada como domínio ou propriedade privada, ainda que as potencialidades, de que hoje dispomos para melhorar a sua qualidade, poderiam fazer supor o contrário, ou seja, que o homem seja o seu 'dono'".

Serve esta argumentação para João Paulo II se referir, ainda que muito indirectamente, a algumas polémicas no âmbito da ética: "Nem tudo" o que é "tecnicamente possível, é lícito moralmente", defende. Embora "as conquistas da medicina e da biotecnologia" pudessem "levar o homem a imaginar-se como o criador de si próprio e a ceder à tentação de manipular 'a árvore de vida' e "se é louvável o esforço da ciência por garantir uma qualidade de vida mais em consonância com a dignidade do homem", também "jamais deve ser esquecido que a vida humana é um dom e que esta permanece um valor, mesmo quando é atingida pelo sofrimento e a velhice".

Fonte Público

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