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Da Solidariedade nasce a Paz
2002-03-03 22:07:13

A celebração de mais um DIA CARITAS, próximo dia 3 de Março, tem como objectivo chamar a atenção dos católicos e de todas as pessoas de boa vontade para a importância que tem a solidariedade na realização pessoal de cada indivíduo e na promoção harmoniosa e pacífica da sociedade.

Com efeito, todo o ser humano que, dotado de liberdade, actua em responsabilidade, é chamado a ser solidário com os outros seres humanos que partilham a mesma natureza, têm a mesma origem e se orientam para o mesmo fim. A solidariedade radica na condição relacional do ser humano que é um ser social e não se explica por si. Só se explica a partir dos outros e em ordem aos outros. Neles tem origem, vive com eles e deve viver também para eles. É um ser para a comunhão. Só se realiza plenamente na medida em que vive a dimensão solidária.

Sempre que descuida, esquece ou se opõe à dimensão solidária entra em tensão consigo próprio e com os seus semelhantes, desencadeando, desta forma, os mecanismos de agressividade. Ao contrário , quando o ser humano se descentra de si próprio e se volta para os outros, expande-se, cresce interiormente e ajuda a crescer. Fortalece os laços da solidariedade humana e estabelece os alicerces da convivência fraterna e pacífica.

É por isso que a sociedade, assente em valores da solidariedade, coloca os interesses comuns à frente dos interesses individuais e de grupo. Reconhece a todos a igualdade de direitos e promove mecanismos eficazes para reduzir as inevitáveis diferenças culturais e económicas entre os diversos estratos sociais. Só assim se poderá alcançar a verdadeira paz. Caso contrário, os esquecidos da sociedade, sentir-se-ão injustiçados e passam a engrossar o número dos revoltados. E na sociedade onde há revolta não pode haver paz.

Mas a resolução dos males que persistem na nossa sociedade não a podemos endossar exclusivamente para o Estado. De acordo com o princípio da subsidiaridade, cada um de nós é chamado a assumir a sua cota parte de responsabilidade, no respeito pelos direitos dos outros e pela finalidade última dos bens que nos são confiados, não como donos absolutos, mas como administradores, já que os bens se destinam a todos e não apenas a alguns. Assim o estabeleceu o Criador e assim no-lo propõe Jesus Cristo no Evangelho, como nos recorda e propõe o papa João Paulo II na sua mensagem de Quaresma “dai de graça o que de graça recebestes”.

A Caritas, instituição internacional da Igreja Católica, servida em todo o mundo por voluntários, oferece os seus serviços e congrega esforços como forma de socorrer os que são atingidos por calamidades naturais, promover os carenciados de vária ordem, ajudar os pobres e, na medida do possível, contribuir para a estabilidade social. As provas dadas pela Caritas, ao longo de muitos anos e nas mais variadas situações dão-nos garantia de que, por seu intermédio, a solidariedade individual adquire novo vigor e se torna mais eficaz na construção da paz social.

Fátima, 19 de Fevereiro 2002
Comissão Episcopal da Acção Social e Caritativa


Fonte Ecclesia

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