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EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: O Programa Teen Star
2002-02-19 21:58:25

A Drª Pilar Vigil é médica ginecologista-obstrecta, doutorada em Ciências Biológicas e professora da Pontifícia Universidade Católica do Chile. Pertence ao directório da Federação Internacional Teen Star e é directora do Teen Star Chile.Em Setembro esteve entre nós para ministrar o primeiro curso para monitores do Programa Teen Star, organizado pela Fundação Família e Sociedade e pela Casa do Professor de Braga.
Aproveitámos a ocasião para lhe fazer esta entrevista.



FDV: Numa introdução ao Programa Teen Star lê-se que este tem duas metas. Pareceram-nos muito interessantes e por isso gostávamos que as comentasse. A primeira seria "Proporcionar aos jovens uma Educação Sexual que lhes permita integrar, na sua pessoa, a capacidade biológica de serem pais."

P.V.: Hoje em dia, mais do que nunca, esquecemo-nos de que o nosso corpo somos nós. Não é que tenhamos um corpo, somos um corpo. Por isso, é importante que desde que adquirimos a capacidade de sermos pais, mães ou pais, estejamos conscientes do dom que temos de podermos co-criar uma nova vida. Isto é uma das metas do Teen Star: mostrar aos jovens a maravilha que pode ser, no futuro, serem pais. Mas para isso é preciso preparação pois é um passo muito importante. Nos nossos dias, não é normal o ser humano ser pai, por exemplo, aos 13/14 anos. O corpo já está preparado mas, como temos corpo e espírito, provavelmente aos 14 anos o espírito ainda não adquiriu a maturidade necessária para enfrentar a paternidade. Logo, é importante que o jovem, activamente, não como algo passivo que tem de acontecer, mas com uma criação constante, dia a dia, compreenda que isto é um dom, que a possibilidade de ser pai é uma oferta e que, como todas as ofertas, em particular as mais valiosas, é preciso cuidá-la.



FDV: A segunda meta do Programa Teen Star seria: "Ajudar os jovens a compreenderem que a vocação do ser humano é o dom sincero de si mesmo e que a sexualidade manifesta o seu significado íntimo ao levar a pessoa até à doação de si própria no amor."

P.V.: Isto, para mim, é o mais importante que podemos transmitir. Somos felizes quando nos damos. Dando sabe-se que se recebe e a lógica do amor é que quanto mais dou, mais recebo. É uma das coisas que às vezes nos custa compreender. Pensamos que se damos coisas, por exemplo, se eu oferecesse toda a comida que tenho, deveria preocupar-me pois ficaria sem comida. Mas, sem dúvida, quando nos damos a nós próprios, o paradoxo é que à medida que mais nos damos mais temos para dar e mais recebemos. Então, neste mundo de hoje em que as pessoas buscam, poderíamos dizer desesperadamente, a felicidade, esquecemo-nos que ela, de certa forma, está dentro de nós. Está dentro de nós na medida em que a procuramos. Mas para a encontrar devemos sair a procurá-la. Onde a vamos encontrar? Vamos encontrá-la nesta doação ao outro, no encontro com a outra pessoa. É a isto que se refere o dom de si mesmo. Eu dou-me, e dou-me ao outro. E no encontro com o outro é que me vou fazendo plenamente humano. Mas tenho que me dar de uma forma sincera, tenho que dar-me como sou, com todas as minhas virtudes e com os meus defeitos. Esta é a chave da existência, o dar-se, o dar-se sinceramente, dar-se dia a dia. (...)



FDV: E a relação dessa dádiva com a sexualidade?

P.V.: A relação da doação com a sexualidade é a de que o dar-se tem de ser um acto sincero. Quando eu me dou, tenho que dar-me por inteiro, tenho que dar-me de corpo e alma. Então, quando um homem e uma mulher têm uma relação sexual estão a dar-se e estão a entregar a parte mais íntima do seu ser. Se compreendemos o significado que isto tem, como posso dar-me sinceramente, por exemplo, a um homem que conheço há dois dias? Ou como posso dar-me, se na verdade no acto de me dar vou interpor entre nós uma borracha, para evitar que me toque? Isto não é dar-se, não é um acto sincero, é de alguma forma um usar-se. Estou a usar uma parte de mim para que tu me toques mas na realidade estou a proteger-me para que não me toques a mim, mas que toques, no caso do preservativo, este plástico. Portanto, o dar-se tem de ser um dar-se sincero. E este dom sincero, que na relação sexual é a entrega total do meu corpo, vai conseguir-se também, quando eu entrego completamente o meu espírito, porque sou corpo e espírito. E a pergunta que nos devemos fazer é "A quantas pessoas posso realmente entregar completamente o meu corpo e o meu espírito, durante a minha vida? Quantas pessoas se podem dar a mim?"

Se vemos a profundidade do sentido de uma relação sexual entre um homem e uma mulher, compreendemos que relações, por exemplo, esporádicas ou tidas apenas numa noite, ou uma relação entre amantes que não têm compromisso, não podem chegar a ser um dom sincero. Chega-se assim à dimensão da relação sexual como uma relação que se entende apenas dentro de um compromisso que é único, dentro de um compromisso indissolúvel, para toda a vida e que, para além disso, seja mútuo. Eu não posso dar-me sem esperar receber. O amor é recíproco. Se eu me dou, o que devo esperar? Que o outro também se dê por completo. É certo que a minha doação é total, mas não é menos certo que a doação do outro também deve ser total. Então, o ter uma relação sexual, vai exigir um compromisso mútuo, recíproco, total e, devemos dizê-lo, para toda a vida, porque não me vou poder dar desta maneira mais do que uma vez. A isto se refere a sinceridade que tem de haver no dom.



FDV: O Programa Teen Star tem também como objectivo desenvolver nos jovens o respeito pelo dom da vida. Quer comentar esse aspecto?

P.V.: Sabemos que a vida humana é hoje ameaçada. Todos sabemos que há muitos países onde o aborto é legal, há coisas como a pílula do dia seguinte, que são chamadas "contraceptivos de emergência" mas que são abortivas, não se dá valor aos idosos, e muitas outras situações. Por isso, hoje em dia, a vida humana está realmente ameaçada. Nós procuramos que os jovens compreendam a transcendência que tem toda a vida humana, que é diferente, por exemplo, da vida de um animal em vias de extinção, como por exemplo os ursos pandas ou outro, que são animais fantásticos, mas cuja vida não tem a transcendência da vida do homem. (...)



FDV: Em relação à educação sexual, aqui em Portugal, à semelhança do que ocorre noutros países, há uma disputa entre dois grupos. Um dos grupos afirma que esta deve ser dada pelos pais e que a escola deve ficar de fora. O outro, apesar de reconhecer o papel primordial dos pais, diz que se ficamos de fora da escola deixamos a porta aberta para que outros – um terceiro grupo – digam coisas que nenhum pai gostaria que fossem ditas aos seus filhos. O que poderia dizer a estes dois grupos?

P.V.: Eu falar-lhes-ia como formadora e educadora. Estamos todos de acordo em que os pais são os primeiros e principais educadores. Portanto são eles que devem ter a responsabilidade da educação dos filhos. Esta é uma responsabilidade a que não podem fugir. Eu creio que os pais devem assumir a sua responsabilidade e não pensar que porque não sabem, ou não têm tempo, ou não estão capacitados, há outros que devam tomar esta responsabilidade. Isso não pode ser. Os pais devem educar os seus filhos. Esta é a diferença entre ser pai biológico e paternidade. Ser pai não significa trazer um filho ao mundo mas sim educar uma pessoa, o que é diferente. É claro que há muitos pais que defendem que ninguém mais deve falar de sexualidade aos seus filhos. Eu recordaria aos pais que a adolescência é uma etapa em que o jovem adquire a capacidade de abstracção e que uma das características da adolescência é o questionar de todos os valores aprendidos até ao momento. Se o jovem tem a sorte de ter uma família, de ter uns pais amorosos, que velam por ele, que o estimam, que maravilha é para estes pais poderem contar com auxiliares, com formadores que participem do seu processo educativo (...) e que possam reforçar o jovem neste ideal e nesta realidade de vida que lhe foi proposta na sua família. Porquê? Porque o jovem, durante a adolescência, vai questionar-se, e se não encontra um reforço num educador que esteja de acordo e em união com o posicionamento dos pais, vai ter que procurar outras alternativas e vai encontrar-se, como sabemos, com os meios de comunicação social, com a Internet, com as revistas, com os jornais, que lhe vão apresentar diferentes alternativas. Acredito que a educação sexual pode ser maravilhosa quando coopera com o trabalho educativo dos pais e quando ajuda o jovem a ver a realidade das coisas. Dando um exemplo simples. Se eu vou com o meu filho à montanha e quero que aprenda a esquiar e eu não sou muito boa, o que posso fazer? Posso esquiar com ele durante algum tempo, mas provavelmente peço a alguém em quem confie para lhe dar umas aulas, para que este jovem tenha outra pessoa que lhe diga o que fazer. É o jovem que aprende, mas pode ser acompanhado. O papel do educador não é suplantar os pais, mas sim ajudá-los. Resumindo, acho que os pais devem assumir o seu papel de educadores, acredito que a educação sexual pode ser uma grande ajuda para o trabalho educativo dos pais e que é o jovem que, em última instância, decide o que fará na vida.



FDV: A Lei para a Educação Sexual e o Programa Modelo para a sua aplicação foram delineados, aqui em Portugal, pela filial local da International Planned Parenthood Federation (IPPF), a Associação para o Planeamento da Família (APF). Com o conhecimento que tem da realidade do Chile e dos E.U.A., o que lhe parece que podem os pais esperar de um programa destes?

P.V.: No Chile, presentemente estamos a lutar para que possam ser os pais a escolher qual o programa de educação sexual que querem para os filhos, sendo responsabilidade do governo oferecer diferentes alternativas. Esperarmos que, brevemente, os pais, em especial aqueles que têm filhos em escolas públicas, possam escolher que programa educativo querem para os seus filhos e não haja programas obrigatórios. Isto parece-me totalmente contrário à liberdade do ser humano. Parece-me muito negativo e não me parece que seja o papel do Estado, educar [i.e., impor o seu modelo de educação numa matéria como esta]. Creio que é uma forma indiscutível de totalitarismo.



FDV: Aqui em Portugal a educação sexual modelo IPPF que foi aprovada pelo Estado deve ser interdisciplinar para que ninguém possa fugir. É obrigatória para todos, ninguém pode escapar ao programa proposto.

P.V.: Isso parece-me uma forma de totalitarismo e de falta de liberdade. Porque o dizer que tem de ser interdisciplinar impede que haja outras opções e eu creio que a educação não pode ser totalitária. É uma forma de manipular as pessoas e as pessoas são essencialmente livres e a liberdade não se pode tirar, portanto parece-me que o Estado não pode assumir uma posição totalitária.



FDV: Talvez possa apontar alguns dos aspectos negativos dessa educação sexual promovida pela IPPF.

P.V.: Não conheço especificamente o programa português, conheço outros e penso que os programas de educação sexual que pretendem quase exclusivamente entregar aos jovens preservativos são absolutamente reducionistas. Estamos a falar em educar pessoas que têm um componente emocional, física, espiritual, social e intelectual, e o que fazem é darem-lhes uma borracha para que coloquem numa parte do corpo quando tiverem um contacto sexual. Eu creio que estes programas não são propriamente educativos, e a melhor prova disso são os maus resultados que têm tido no que respeita, por exemplo, a problemas actuais que nos devem preocupar como a gravidez na adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Regista-se, na sequência da aplicação destes programas, um aumento da sua incidência. Porquê? Porque o ser humano é pessoa humana e não um animal. Se nos tratam como animais, reagimos como humanos. Felizmente, governos como os dos E.U.A. e da Inglaterra, deram-se conta de que estes programas, dado o seu fracasso, não são o caminho, e consideram alternativas, como por exemplo aquelas que procuram que os jovens adiem as relações sexuais, não se limitando a distribuir estas borrachinhas que chamamos preservativo e que têm uma utilidade questionável.



FDV: Em contrapartida, como têm sido os resultados de Teen Star, por exemplo no Chile?

P.V.: Existem resultados do Teen Star ao nível de muitos países do mundo: E.U.A., França, Chile, Lituânia, Polónia, Eslováquia, países de África, Inglaterra, entre outros. E registam-se, tal como noutros programas deste tipo, bons resultados no que respeita a parâmetros mensuráveis. Temos de ter em conta que quando educamos e formamos é muito difícil avaliar, mas aos programas de Educação Sexual pergunta-se-lhes sempre o que é que se passa a nível das gravidezes e das DST. Devo dizer que também é uma forma reducionista de avaliar a sua utilidade. No entanto, os resultados do Teen Star mostram que a percentagem de gravidezes em adolescentes diminui 400%, ou seja, é muito eficaz para reduzir as gravidezes em adolescentes, e também se sabe que é muito eficaz para prevenir que os jovens tenham relações sexuais precoces. Mas volto a dizer que, apesar de isto se medir e avaliar, não é uma avaliação suficiente porque a mudança é muito mais profunda. Mas se o que queremos é evitar as DSTs, a gravidez e as relações sexuais precoces, podemos mostrar com números que de facto o Teen Star é muito eficaz.



FDV: Gostaria que falasse do sentimento de invulnerabilidade tão presente na adolescência e como esse sentimento tão forte pode afectar os resultados de uma educação sexual mal dirigida.

P.V.: É fundamental considerar este aspecto. A invulnerabilidade é a crença que todos temos na adolescência de acharmos que nada de mal nos acontece, que podemos ser donos do mundo e que não vamos ter um acidente, não vamos ficar doentes, não vamos engravidar, não vamos cair, etc. Todos nós o experimentámos. Não se obtêm bons resultados com os jovens quando lhes dizemos, por exemplo, "não faças isso porque vais ter um acidente" ou "usa o preservativo porque senão podes engravidar". Porque, apesar do jovem saber que aquele relacionamento sexual pode levar a uma gravidez, como se sente invulnerável, pensa que nada lhe vai acontecer, mas acontece. É o mesmo que sucede quando conduzem a alta velocidade, sem cinto de segurança e sem parar no sinal vermelho. O que é que acontece? Se passam o vermelho chocam. Por isso é que os acidentes automóveis são tão frequentes nestas idades. E nesta idade todos nos sentimos invulneráveis. É então uma condição que quando se trabalha com jovens temos de ter presente.



FDV: E de que forma isto interfere com a educação sexual?

P.V.: É uma característica que os educadores devem considerar. É importante ter em conta que não conseguimos nada do jovem pelo facto de lhe dizermos que não. Temos de apresentar-lhe soluções criativas que nasçam do seu interior e sejam um sim a algo. Um sim à minha liberdade, um sim a mim mesmo, um sim a um valor no qual acredito. Tudo o que seja um não à gravidez, um não às DSTs, um não à violência, ou outros, não cativa o jovem porque não se identifica com a personalidade das pessoas da nossa idade. Logo, se baseamos a educação nesta idade em negações e proibições obtemos péssimos resultados, qualquer que seja o programa.



FDV: Sabemos que O Planeamento Familiar Natural (PFN) não tem que ver com o Teen Star, mas como faz investigação nesta área gostaríamos de fazer-lhe uma pergunta. Aqui em Portugal, quando se fala de PFN às pessoas, inclusive a profissionais de saúde, dizem que não funciona, que não interessa. O que poderia dizer-nos, e em especial aos seus colegas, sobre este assunto?

P.V.: Essa forma de pensar está ultrapassada. A literatura tem informação suficiente que mostra que os métodos de PFN bem aprendidos e bem utilizados são tão eficazes como o mais eficaz dos contraceptivos, sendo, isso sim, uma forma de estar na vida muito diferente. Para além disso, hoje em dia, existem técnicas que usadas conjuntamente com estes métodos são realmente as mais eficazes. Se falarmos, por exemplo, de evitar a gravidez numa mulher com transplante renal, com uma válvula cardíaca artificial, com quatro cesarianas, e que de facto não possa ter um filho, aquilo que aconselhamos como método de planeamento familiar é o uso de certas tecnologias, como por exemplo o Monitor Ovárico de Brown que se usa como complemento ao Método de Billings e que é hoje, de longe, o mais eficaz método para evitar uma gravidez. Mais eficaz, inclusive, do que a esterilização, pois mede rapidamente os níveis de progesterona na urina. (...) Parece-me importante que os médicos conheçam os avanços que se estão a alcançar e que saibam que o método mais eficaz para evitar uma gravidez, hoje em dia, não é a pílula, é usar o Monitor Ovárico de Brown. Parece-me que dizer que o PFN não é eficaz é um preconceito com alguns anos e seria bom que os médicos começassem a falar de dados mais modernos.



FDV: Há pouco tempo discutiu-se em Portugal a pílula do dia seguinte. Os promotores repetiram exaustivamente que a pílula não é abortiva porque a gravidez começa na nidação (implantação do embrião no útero) e não na fecundação/concepção, e como a pílula actua antes da nidação não seria abortiva. Poderia comentar?

P.V.: Essa é a definição de gravidez que se usa desde a Conferência do Cairo de 1994, em que se redefiniu o conceito de gravidez, passando o seu início a ser o momento da nidação. Podemos, sem dúvida, redefinir o que quisermos mas, o que é inegável é que a vida humana começa no momento da fecundação. E o que também é inegável é que esta vida humana, este organismo vivo da espécie humana vai viajar durante seis dias pelas trompas de falópio antes de se implantar no útero. A contracepção de emergência mata um embrião no momento em que este se vai implantar porque o impede de o fazer e logo impede o seu desenvolvimento. Portanto, se lhe queremos dar outro nome podemos chamar-lhe pílula homicida em vez de pílula abortiva, mas o que não podemos deixar de dizer é que mata. E isso é claríssimo. Se queremos redefinir o conceito de gravidez, como começando na implantação, parece-me uma definição pouco clássica e pouco adequada e que, ainda por cima, só foi aplicada à espécie humana, porque para as outras espécies de mamíferos a gravidez começa no momento da fecundação. Ou seja, trata-se de uma manipulação. No entanto é claro que a pílula do dia seguinte mata o embrião porque impede o seu desenvolvimento normal. E este embrião é um embrião humano.

Entrevista realizada por João Araújo e Miguel Pupo Correia. Tradução: Isabel Lima Pedro.

Para mais informações sobre o programa Teen Star contactar:

Fundação Família e Sociedade

Rua Viriato, 23 – 6.º Dto, Lisboa – Tel. 21 315 2657

Email: familia.sociedade@netc.pt




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