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Mensagem do Bispo de Coimbra para a Quaresma de 2002
2002-02-21 21:53:40

Mensagem do Bispo de Coimbra para a Quaresma de 2002: D. Albino Cleto

1. Com o gesto significativo das cinzas sobre a nossa cabeça, iniciamos hoje a Quaresma de 2002.
É um tempo de caminho para a Páscoa. Durante ele, os cristãos, unidos pelos laços da Igreja, procuram viver mais dignamente a sua condição de baptizados; e têm consciência de que este empenho de serem mais parecidos com Cristo Ressuscitado é o seu melhor contributo para a renovação da sociedade.

2. A diocese de Coimbra, desde Junho passado, vive também ela empenhada num caminho de procura e mudança para melhor. Conforme anunciei na Carta Pastoral de 10 de Junho de 2001, que intitulei "A sombra dos seus ramos" a nossa diocese quer elaborar o seu "plano pastoral" para os próximos anos, plano que nos ajude a sermos aquela árvore viçosa e acolhedora que o Senhor Jesus imaginou na parábola do grão de mostarda (Mt13,32).
Este trabalho de reflexão e procura, que felizmente tem vindo a cumprir-se nas diversas assembleias programadas, é mais do que um estudo: é caminhada comunitária; fazemo-la com reflexão, partilha de pareceres, decisão de mudar estruturas ou costumes e também com oração.
Daí que possamos concluir: a diocese de Coimbra estará neste ano particularmente predisposta para avançar nos caminhos do Evangelho e necessitada de o fazer.

3. É este, meus irmãos, o intuito da mensagem que agora vos dirijo. Pedir-vos a todos que vos empenheis, com a ajuda de Deus, a viver bem a Quaresma, individualmente e em comunidade. Este será o melhor contributo para o lançamento de um "plano diocesano de pastoral".
A tal propósito, não podemos esquecer que este plano não é o de uma empresa humanitária ou associação cultural. Todos os planos da Igreja têm sempre um objectivo supremo: sermos mais parecidos com Deus, vivermos melhor como seus filhos, sabendo que deste modo seremos mais felizes. Digamos, sem medo, a palavra tradicionalmente exacta., sermos mais santos.
Se o nosso "plano diocesano de pastoral" não nos levar a isso, então estará errado. Deixemo-nos convencer por esta afirmação de João Paulo II: "Apontar a santidade permanece (. . .) um urgência. pastoral" (À entrada do novo milénio, nº 30).
Haverá tempo mais favorável que o da Quaresma para nos convencermos da necessidade de sermos santos e assim aumentarmos o louvor de Deus, o nosso bem e o rejuvenescimento da Igreja?

4. São muitas os caminhos para convertermos a nossa vida. Unindo-me ao Santo Padre e aos bispos de Portugal, proponho aos cristãos da diocese de Coimbra que nesta Quaresma se apliquem de modo especial a praticar os seguintes:
a. Participação cuidada na celebração comunitária dos Sacramentos, que são a fonte de onde corre a santidade.
b. Apreço pelo silêncio, de modo a criarmos horas de paz em que seja possível escutar o que Deus quer. As comunidades paroquiais e outras poderão, organizar dias de retiro e vigílias de oração.
Não duvidemos de que reencontrar o gosto e a importância da oração será uma prioridade pastoral do nosso "plano".
c. Partilha dos nossos bem com irmãos que precisem. Este jejum da abundância e do bem viver, todos o poderemos praticar, adultos, jovens e, crianças; este jejum tem mais valor quando, além de nos purificar, é expressão de amor aos irmãos mais necessitados. Neste sentido adverte-nos o Santo Padre: "Não permite Deus que haja condições de penúria para que, acudindo nós aos outros, aprendamos a libertar-nos do nosso egoísmo e a viver com autêntico amor evangélico?" (Mensagem para a Quaresma de 2002, nº 4)
O contributo desta renúncia vamos destiná-lo, no ano presente, a duas finalidades.
- Ajuda à diocese de Setúbal, para a construção de uma igreja num bairro sem grandes recursos. Não pretendemos recompensar, mas temos presente a ajuda que a diocese de Setúbal nos enviou há um ano, para socorro das pessoas atingidas pelas inundações do Mondego
- Apoio para a construção de uma Maternidade-Escola em Timor. Esta é uma iniciativa em que se comprometeram diversos Bispos da Conferência Episcopal Portuguesa, com um projecto acompanhado por entidade competente.
A recolha das ofertas faz-se nos Serviços da Cúria.
Que Deus nos tome generosos, para bem destas instituições e conversão das nossas vidas.

5. No termo da Quaresma aguarda-nos o Senhor Jesus Ressuscitado. Que Ele encontre abertos os nossos ouvidos e o nosso coração; então, como aos discípulos de Emaús, mudará em alegria e esperança as nossas tristezas e apreensões. Haverá Páscoa nas vidas e Páscoa na diocese.

Coimbra, 13 de Fevereiro de 2002

Albino Cleto, Bispo de Coimbra

Fonte Ecclesia

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