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Sinais: Património cultural
2002-02-17 21:32:40

Não têm sido fáceis as relações Estado-Igreja na salvaguarda dos nossos monumentos religiosos. Por um lado, tem sido notória a dificuldade da Igreja em conservar os bens culturais de que é detentora; por outro, o Estado tem a tendência de usar e até de abusar de um enorme poder, em nome da ideia de que só ele poderia defender eficazmente a herança cultural do país.

Surgiram conflitos, que podem agora ser ultrapassados com o diálogo entre o Estado e a Igreja, "numa linha de respeito - como diz o director do departamento do Património Histórico e Artístico da diocese de Beja, José António Falcão - pelas expectativas de cada um, tendo sempre como pano de fundo a consciência de estar em causa uma herança comum".

"E forçoso reconhecer - acrescenta José António Falcão - que, não obstante os passos dados, há ainda problemas graves a equacionar na defesa dos monumentos religiosos. Da parte do Estado, torna-se indispensável corrigir assimetrias regionais, combater o declínio do mundo rural e permitir uma fruição mais alargada dos bens culturais, entrosando-os numa dinâmica de desenvolvimento sem a qual os investimentos acabam por cair em saco roto. Quanto à Igreja, espera-a uma tarefa hercúlea, depois de décadas de indecisões. Urge estabelecer instrumentos que permitam beneficiar dos fundos europeus disponíveis até 2006 para a reabilitação de muitos edifícios em risco e a criação de infra-estruturas essenciais (museus, arquivos, bibliotecas, centros de conservação e restauro, etc.)".

Inteiramente de acordo.

In Jornal de Notícias, Domingo, 17 de Fevereiro de 2002

Fonte JN

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