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Teólogos Insistem no Diálogo Inter-religioso
2002-02-07 09:55:58

A insistência nos factores de unidade entre as diversas religiões e nas potencialidades do diálogo inter-religioso dominou ontem as intervenções dos convidados na Semana de Estudos Teológicos, que terminou na Universidade Católica Portuguesa.



Logo de manhã, Manuel de Oliveira - investigador com mestrado na Universidade Pontifícia Gregoriana e doutorado na Universidade Hebraica de Jerusalém - falou dos factores de unidade entre cristãos e judeus: Deus, a caridade e a esperança (já que nem uns nem outros conhecem a face do Messias final). A expressão da fé é o único factor de divisão. Mas esses factores comuns não são suficientes para cristãos e judeus se entenderem, pois impera o desconhecimento e a falta de interesse.

Adel Sidarus, cristão copta de origem egípcia, radicado em Portugal, professor de Estudos Árabes e Islâmicos, referiu-se à coexistência dos cristãos no mundo muçulmano. E salientou que em muitos momentos dos impérios islâmicos os cristãos tiveram ocasião de participar na vida social, tendo chegado a haver vizires e outros altos funcionários de origem cristã. Só em épocas de crise e no último século é que a vida dos cristãos se tornou mais dramática nas sociedades islâmicas.

Teólogo belga com processos de censura no Vaticano, por causa do seu livro "Por uma teologia cristã do pluralismo religioso", Jacques Dupuis enviou um texto para ser lido. O padre jesuíta, talvez a maior autoridade católica no diálogo inter-religioso, defende que os cristãos devem ter "uma avaliação positiva das outras tradições religiosas", atitude que nem sempre existiu ao longo da história.

Recorrendo à doutrina do próprio Papa João Paulo II, Dupuis fundamenta o diálogo inter-religioso, diz que ele não deve "dissimular as contradições" entre os diferentes credos e que pressupõe "a abertura à fé do outro na sua diversidade". Dupuis admite mesmo a "dupla pertença" religiosa e diz que todos têm a ganhar com o diálogo inter-religioso.


Fonte Público

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