paroquias.org
 

Notícias






Revisão da lei é uma «coisa indecente», diz Igreja Católica
2002-01-27 14:46:47

Um novo referendo ao aborto seria um «acto anti-democrático» e qualquer revisão da actual lei será uma «coisa indecente». Esta é apreciação do presidente da Comissão Episcopal católica da Família, bispo D. António Monteiro.

O presidente da Comissão Episcopal católica da Família, o bispo D. António Monteiro, afirmou hoje que um novo referendo ao aborto seria um «acto anti-democrático» já que a vontade popular não teria sido respeitada.

Em Fátima, onde preside a uma reunião da Comissão Episcopal da Família com os Secretariados Diocesanos, D. António Monteiro considera que quem pretende um novo referendo «não está a respeitar o povo, que já se pronunciou claramente contra o aborto».

Comentando o regresso do debate sobre a lei do aborto e o julgamento da Maia, o bispo de Viseu salientou que foi «seguida uma lei que existe« e que «foi aprovada pelos portugueses».

«Não estamos preocupados, mas aborrecidos com esta discussão que parece não terminar», lamentou o prelado, considerando que os políticos e comentadores que falam sobre o assunto estão «a promover o aborto».

«Ninguém tem o direito de enganar o povo, sejamos honestos e não andemos a enganar as pessoas», apelou, considerando que qualquer revisão da actual lei será uma «coisa indecente».

D. António Monteior insurgiu-se também contra a visão redutora do problema, criticando quem apelida os defensores da actual lei de «retrógadas».

«Uns, porque defendem a morte, são progressistas, e os outros são todos uns atrasados», acusou o presidente da Comissão Episcopal da Família que apelou a uma resposta por parte dos cristãos.

«As famílias e os pais têm de reagir e responder a estas críticas que não fazem sentido», afirmou, acrescentando que a «Igreja vai tomar uma posição» sobre a matéria quando julgar «oportuno».

Sobre a possibilidade da actual lei ser alterada na Assembleia da República, D. António Monteiro disse não acreditar porque um acto desse tipo «seria um atentado à democracia».

«As pessoas que defendem isso não são democráticas e fazem de conta que não houve referendo. Se o povo se pronunciou não há ninguém que o represente melhor do que ele», frisou.


voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia