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Semana de Oração pela unidade dos Cristãos - 2002
2002-01-08 23:15:48

“Tu és a fonte da Vida”

Ao iniciar um novo ano, os cristãos do mundo inteiro são chamados a mobilizar-se, mais uma vez, para a procura da unidade desejada por Jesus Cristo, celebrando a Semana de Oração pela Unidade, de 18 a 25 do corrente mês de Janeiro.


O tema deste ano é sugerido pelo Salmo 36 (35), que aponta para a fonte da vida situada em Deus. A vida é o bem mais sublime que nos foi dado e ao qual todos os outros se subordinam. Definir o que é a vida resulta impossível, mas experimentar o que é a vida constitui a realidade mais espontânea, originária e motivadora para todas as pessoas.
Perante a vida e o seu mistério, todo o cristão faz um acto de fé no reconhecimento de que a sua fonte está em Deus, Ele que é, em si mesmo, Vida. Porque Vida em plenitude, o nosso Deus decidiu comunicar-se aos homens e mulheres de todos os tempos e lugares, em seu único Filho Jesus Cristo. Esta é uma das certezas mais fundamentais em que se identificam todos os cristãos, qualquer seja a sua tradição religiosa ou enquadramento comunitário. Todos comungam nesta certeza e, por isso, temos aqui um excelente ponto de partida para relançar a caminhada do ecumenismo, como pretende a próxima Semana de Oração pela Unidade.
Para apoiar a celebração desta Semana mais uma vez foi produzido um texto de apoio que leva como título o tema do referido salmo 136 (135) - “Em Ti está a fonte da vida”.
A produção deste texto esteve confiada a um grupo ecuménico de catorze pessoas que se reuniram em Augsburgo, na Alemanha, à semelhança do que aconteceu também já uma vez em Portugal, no ano de 1994.
Por sua vez, este texto aparece na sequência da publicação da “Charta Oecumenica”, redigida depois da realização de duas assembleias ecuménicas europeias (1989-Basileia e 1997-Graz) e assumida, em Abril último, por católicos, protestantes e ortodoxos, no Encontro Ecuménico Europeu de Estrasburgo. Pretende esta “Charta Oecumenica” traduzir o empenhamento das Igrejas Cristãs numa reflexão, num testemunho e numa acção comum dentro da Europa unida, mas muito diversificada.
Acontece também esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no contexto da nova esperança desencadeada pelo Papa João Paulo II que decidiu tomar a iniciativa de reunir, mais uma vez em Assis, os líderes das grandes religiões do mundo, no próximo dia 24 do corrente.
Diálogo ecuménico entre cristãos e diálogo inter-religioso entre religiões, povos e culturas são realidades decisivas que cada vez mais se aproximam e interpenetram. Ao convidar todos os cristãos para se refontalizarem na fonte comum que é o Evangelho e a Pessoa de Jesus Cristo e daí retirarem as energias necessárias para se relançarem em novos projectos de evangelização e de serviço à comunidade humana, esta Semana de Oração pela Unidade também apela a todas as religiões, povos e culturas para que, sem prejuízo das suas identidades, sejam capazes de se refontalizarem, buscando a origem da vida e de todo o bem no único Senhor do mundo e da história. Se houve e ainda continua a haver conflitos entre povos e civilizações de cultura e tradição religiosa diferentes, a conclusão não pode ser que a culpa desses conflitos é da religião.
Poderá acontecer, isso é facto, que algumas pessoas sem escrúpulos procurem instrumentalizar até os sentimentos mais sagrados, a começar pelos religiosos, para conseguir os seus pérfidos objectivos desumanos e desumanizantes, mas isso não prova a perversidade dos sentimentos religiosos em si mesmos.
Com o Papa João Paulo II, nesta Semana de Oração pela Unidade, os cristãos do mundo inteiro são convidados a colaborar com os irmãos de outras religiões para mostrar ao mundo a força humanizante da dimensão religiosa de cada pessoa e das tradições religiosas mais institucionalizadas.
O texto de apoio à Semana da Unidade não só propõe o tema de meditação para toda a Semana, mas sugere um itinerário a percorrer durante os oito dias, que vai desde o reconhecimento da imagem e semelhança de Deus em cada ser humano, passando pelo Baptismo e experiência libertadora da Graça, até ao exame de consciência que é necessário fazer sobre o comportamento moral consequente sobretudo em ordem a que todos os cristãos progridam para a meta da unidade ainda não atingida, mas que continua a ser imperativo do próprio Cristo.

Padre Manuel da Rocha Felício
Sec. da Comissão da Doutrina da Fé


Fonte Ecclesia

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