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O NOSSO MUNDO PRECISA DE SALVAÇÃO
2001-12-26 14:05:51

"Quando assistimos às agressões à dignidade da pessoa humana, à adulteração da própria harmonia da Natureza, aos egoísmos ferozes que se tornam causas de opressão de multidões, vemos a que nível o Verbo eterno de Deus, que tudo criou, é rejeitado pela sua criatura.

" Esta é uma passagem da homilia do Cardeal Patriarca de Lisboa, proferida na Missa de Natal que ontem teve lugar, como é tradição, na velha Sé da cidade, este ano concelebrada por D. Manuel Clemente, D. Tomás Nunes e D. António dos Reis Rodrigues, bispos auxiliares de Lisboa. Perante as centenas de fiéis da cidade que enchiam a ampla nave principal da histórica Igreja fundada por D. Afonso Henriques, entre os quais se viam grupos de turistas franceses, britânicos, norte-americanos e japoneses de passagem por Lisboa, além de católicos de Leste a trabalhar em Portugal, desde ucranianos e romenos a moldavos, D. José da Cruz Policarpo acrescentou que "a rejeição da luz, no mundo contemporâneo, não é só, nem principalmente, religiosa: é cultural, ética e social." Como corolário, acrescentou: "O nosso mundo precisa de salvação e é urgente anunciá-la." A homilia do Patriarca de Lisboa, ao contrário das previsões que apontavam para uma liturgia da palavra focando os horrores da guerra e a situação das crianças no mundo actual, sobretudo depois dos trágicos atentados de 11 de Setembro, acabou por resumir-se a uma só peça abrangente com três grandes momentos que encerram, como ficou claramente implícito, todos os grandes problemas do nosso tempo. O primeiro momento foi consagrado à necessidade do regresso em pleno à missão evangelizadora da Igreja e ainda ao confronto com Jesus Cristo, como sinal irredutível de conversão ou mudança de vida: "Nesta solene celebração do Natal, os textos da Sagrada Escritura colocam-nos perante a urgência de anunciar Jesus Cristo aos homens do nosso tempo, para estes se poderem confrontar com Ele, acolhendo-O, e isso significa aceitar a ruptura de uma mudança de vida, porque a salvação passa, necessariamente, pela conversão, ou rejeitando-O." O Patriarca não deixou de tecer uma crítica directa aos cristãos acomodados e também ao racionalismo moderno, que tende a afastar ou excluir Deus do centro das relações humanas: "A atitude mais comum é a de simples integração do Cristianismo num quadro cultural, aliás mutável, onde o sincretismo não é excluído, em que a liberdade do homem como fazedor da história, iluminado pela razão, continua a ser o principal ponto de referência. Basta verificar a relativização progressiva da beleza e da dimensão estética da existência no caldear da cultura e da civilização." O segundo momento foi dedicado à "tensão dramática provocada por Jesus Cristo, rosto humano de Deus", para afirmar que "a rejeição de Cristo significa a rejeição da luz." Isto para enfatizar o papel do Cristianismo e o "dramatismo" da sua rejeição: "Jesus continua a propor-se como salvador, e quase nunca é acolhido com a radicalidade da Palavra eterna de Deus.” O terceiro momento da homilia de D. José da Cruz Policarpo centrou-se no tema da esperança. Numa referência directa à Igreja e aos que alinham por uma mudança de vida, assinalou: "Há aqueles que O acolhem e se abrem a uma renovação que os faz participar da vida divina. Esses são os que seguem Jesus Cristo, que escutam a Sua Palavra e participam da sua Páscoa. O seu número exacto só Deus conhece, embora o Senhor lhes tenha chamado 'pequeno rebanho'. São os que acreditam na força transformadora do Espírito e sabem que, na ordem da graça, não há impossíveis."

Fonte CM

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