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Obras do Cristo-Rei por pagar
2001-12-22 11:29:00

O monumento ao Cristo-Rei, em Almada, reabre em Janeiro, após cerca de oito meses de encerramento ao público para obras de restauro.


Os trabalhos custaram 160 mil contos, mas os lucros da publicidade, que a reitoria do Santuário pensara serem suficientes para cobrir o investimento, só renderam 32 mil contos.

No início do Verão, eram várias as firmas interessadas em usar os andaimes que cobriram o monumento para a colocação de outdoors que divulgassem as suas marcas, mas "o esfriamento da economia fez com que se retraíssem", explica Jaime Silva, reitor do Santuário, que agora espera pelos resultados de uma campanha junto de empresas, às quais pede uma contribuição. Em troca, "podemos afixar durante um ano os nomes das que mais ajudarem", diz.

O responsável adianta que também está a ser preparado um dossier por forma a solicitar o apoio financeiro do Governo, mas não descarta a hipótese de ser necessário alienar património para pagar as obras.

Com ou sem dinheiro, o Cristo-Rei apresenta agora uma imagem renovada, mais limpa e protegida contra as intempéries, a salinidade das águas próximas, as descargas de combustível dos aviões e a poluição produzida pelos escapes dos automóveis que diariamente atravessam a ponte 25 de Abril e que, em 42 anos de existência, tinham deixado marcas profundas nos 110 metros de altura do monumento, que o tornam a maior construção em betão armado da Europa.

Quando foi erigido, uma iniciativa do cardeal Cerejeira, reafirmada pelos bispos nacionais como "contrapartida" por Portugal ter sido poupado à entrada na II Guerra Mundial, o Cristo-Rei custou apenas 20 mil contos, angariados junto dos fiéis da Igreja Católica. Hoje, o seu restauro custou oito vezes mais e implicou lavagens a alta pressão, com substâncias próprias para retirar impurezas no betão e o fortalecimento da armação interior em ferro e do betão, utilizando-se produtos de prevenção contra a corrosão externa.

Dos trabalhos fizeram também parte a consolidação dos danos verificados na junção entre os quatro pilares e no terraço o restauro da capela, instalação eléctrica e sanitários renovados.

A falta de verbas contribui igualmente para retardar outros projectos do santuário, nomeadamente a construção de um parque de merendas, um parque infantil, um recinto para celebrações litúrgicas ao ar livre, um miradouro e um restaurante/cafetaria, bem como a arborização da área e a criação de dois parques de estacionamento. Da mesma forma é adiado o projecto do hotel, destinado a servir aqueles turistas e peregrinos que queiram pernoitar, de entre os 500 mil que anualmente visitam o monumento.

Por arranjar fica ainda a "lasca" numa das mãos do Cristo, que há anos um raio arrancou. Dizem testemunhos da época que o pedaço que caiu lá do alto pesava centenas de quilos.

Fonte DN

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