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Religião: hoje mais de metade da humanidade cumpre jejum
2001-12-14 12:54:14

Por iniciativa de João Paulo II, os cristãos unem-se hoje aos muçulmanos num dia de jejum. Tendo em conta que os crentes em Jesus Cristo somam 1975 milhões, e os muçulmanos 1142 milhões, significa tudo isto que mais de metade da humanidade, pela primeira vez na história, está em simultâneo a abster-se de alimentos com um mesmo objectivo: a paz no mundo.


Coincide esta iniciativa com o fim da festa do Ramadão, o nono mês do calendário lunar islâmico, quando a comunidade muçulmana recorda, em todo o mundo, a revelação do seu livro sagrado - o Corão - pelo profeta Maomé. Os crentes assinalam a efeméride jejuando durante todo o mês, desde o nascer ao pôr do Sol.

Este ano, no seguimento dos acontecimentos de 11 de Setembro, o Papa convidou todos os cristãos a praticarem igualmente um gesto de abstinência alimentar no último dia da festa islâmica. E, a propósito, mandou publicar algumas indicações sobre o modo de se realizar esse gesto, sublinhando, sobretudo, o desejo de que todas as igrejas particulares promovam também um dia de reflexão sobre a paz, alargado às diferentes confissões.

Conforme sugere, o jejum dos católicos deve ser vivido de acordo com as tradições locais: "Ou uma única refeição, ou um dia a pão e água, ou então, à semelhança dos muçulmanos, esperar até ao pôr do Sol para se tomar alimento." É ainda seu desidério ver envolvidas todas as faixas etárias: "As crianças, que voluntariamente fazem renúncias a favor dos seus coetâneos; os jovens tão sensíveis à causa da justiça; e todos os adultos, à excepção dos doentes."

"Por respeito", diz o Papa, "o convite é dirigido apenas aos católicos", mas, tal como já confirmaram alguns líderes religiosos, a maioria dos cristãos vai estar unida nesta cadeia de solidariedade.

Esta atitude é para ser continuada a 24 de Janeiro, na cidade de Assis, data em que, também por sugestão de João Paulo II, está previsto um encontro de todas as grandes religiões. O objectivo é o mesmo: sensibilizar a humanidade para que prevaleça "o amor sobre o ódio, a paz sobre a guerra, a verdade sobre a mentira, o perdão sobre a vingança".

E, neste contexto, já ontem o pontífice romano reuniu no Vaticano os representantes religiosos de vários ritos católicos presentes em Jerusalém para discutirem "o futuro do cristianismo na Terra Santa". No discurso de abertura, tecendo críticas aos líderes políticos muçulmanos e judeus, João Paulo II lembrou que "os dois diferentes extremismos que se encontram no terreno estão a desfigurar o rosto da Terra Santa".

Estiveram presentes, nesse encontro, religiosos caldeus, greco-melquitas, arménios, sírios e maronitas, para além, claro, dos representantes da Santa Sé e do patriarca latino de Jerusalém, Michel Sabbah.

Fonte Público

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