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Igreja quer notificação perfeita dos casos de sida
2001-12-02 09:07:44

"As campanhas de prevenção da sida não têm funcionado o suficiente", considerou, ontem, em Fátima, o padre Feytor Pinto, coordenador nacional da Pastoral da Saúde.

Falando no final do XV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, Feytor Pinto adiantou que, "se as campanhas funcionassem, não tínhamos o salto de qualidade tão grande, precisamente no processo de contrair a doença", lembrando que, em Portugal, "estamos a crescer cada vez mais nos números de casos de sida: segundo os dados nacionais, temos 18 mil contaminados mas as organizações internacionais dizem que são 36 mil".
Ora, para aquele responsável, tal discrepância só poderá significar que "a nossa própria notificação não está a ser bem feita". Por isso, sublinhou, "convém fazer um estudo sério sobre a doença".

Referindo-se a uma das conclusões do encontro da Pastoral, que sublinha a necessidade da intervenção da igreja, relativamente à sida, manter uma "colaboração oportuna e generosa, sem sacrificar os seus valores de referência", Feytor Pinto frisou que, apesar dasvárias medidas de prevenção existentes, acabou por se adoptar como "a única solução, a panaceia," o uso do preservativo. E afirmou que, a esse respeito, a igreja "tem muitas reticências", sobretudo no que concerne ao seu uso indiscriminado, porque, considera,
"a vida afectiva e sexual fica muitas vezes comprometida e, sobretudo, facilita o que vulgarmente chamamos «o sexo anárquico»".

Considerando a sida como "uma questão de saúde pública", o coordenador da Pastoral da Saúde mostra-se favorável às "investigações e exames que permitam detectar a pessoa que realmente é portadora do vírus", considerando "muito importante formar a consciência das pessoas". E, por isso, defende a realização do exame pré-nupcial, "quando haja dificuldades e as pessoas tenham dúvidas". Sublinhando que a igreja não defende este exame como obrigatório, garante, por outro lado, que a sua realização "vai estimular aquilo quese chama uma maior confiança uns nos outros". E, em caso do resultado ser positivo, aconselha que "o matrimónio deve manter-se, uma vez que o seu primeiro objectivo é a comunhão de vida".
Feytor Pinto mostra-se ainda preocupado com o tratamento dos doentes de sida, anunciando que, em Portugal, está a ser criada a "Domus Fraternitas", que tem como objectivo acolher e tratar os doentes de sida e os toxicodependentes. Porque, considera, essas pessoas precisam de apoio, respeito e integração.
Outra das questões com que o responsável se mostra "muito preocupado" é o anunciado aumento dos medicamentos. "Temos que encontrar forma de não comprometer o preço dos medicamentos", afirmou, sublinhando estar convencido de que "o Infarmed saberá travar tudo o
que é a exploração económica do doente".

Fonte JN

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