paroquias.org
 

Notícias






Vaticano e republicanos contra pílula abortiva
2000-10-01 16:27:42

A venda da RU-486 já está autorizada nos Estados Unidos mas esta é uma história com capítulos por escrever. O Vaticano garante que vai continuar a lutar contra a pílula abortiva e os republicanos lançaram uma campanha contra o fármaco.

Um dia depois de ter sido autorizada a venda da pílula abortiva nos Estados Unidos, o Vaticano lançou uma campanha contra a RU-486. Passada uma década da pílula ter estreado no mercado francês, a aprovação pelas autoridades de saúde norte-americanas da comercialização do fármaco foi sentida como uma derrota para a Igreja católica que tinha nos Estados Unidos um forte aliado na luta contra o aborto.

Apesar dos apelos do Papa João Paulo II e dos republicanos nos EUA para reverter a situação, o presidente Bill Clinton já garantiu que o processo não vai voltar para trás, depois da sua autorização ter sido chancelada com o visto de garantia da agência que testa e autoriza a venda de alimentos e medicamentos.

O Vaticano garante não desmobilizar e promete não baixar os braços na luta contra a pílula abortiva. Maria Louisa di Pietro, investigadora e porta-voz do Instituto de Biotecnologia da Universidade Católica de Roma classificou o passo dado pelos norte-americanos como «inaceitável» e «triste» porque «facilita o aborto».

Críticas e apoios norte-americanos

Enquanto do Vaticano vem a reacção já esperada, na sociedade americana as opiniões dividem-se. Os activistas anti-aborto e os militantes do Partido Republicano acusam a agência que autorizou a venda do RU-486 de ter cedido a pressões políticas ao não ter impostos regras mais restritivas para a sua utilização.

O candidato democrata na corrida à Casa Branca, Al Gore, já manifestou todo o seu apoio a esta decisão, aquando de uma intervenção no programa de Larry King no canal CNN, quinta-feira à noite. «Defendo o direito da mulher a escolher. Os meus adversários não», defendeu Gore referindo-se à posição dos republicanos.

Uma das alegações de acusação da facção contra o aborto é a previsão de um aumento do número de abortos nos Estados Unidos, apesar de diversos estudos internacionais darem como provado que essa não foi a curva de consumo registada nos diversos países europeus que liberalizaram a venda da RU-486.

Apesar dos defensores da pílula abortiva terem ganho um ponto nesta batalha com as autoridades, é conhecida a resistência e persistência dos diversos grupos e associações contra o aborto, o que pode inibir os médicos de prescreverem o medicamento. Uma das medidas recentes de uma organização anti-aborto foi colocar na internet uma lista das clínicas e nomes de médicos que levavam a cabo cirurgias abortivas.


voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia