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CONVENTO ADOÇA ALCOBAÇA
2001-11-17 10:29:43

A presença de três delegações de mosteiros espanhóis marca este ano a Mostra de Doces Conventuais de Alcobaça, que ontem foi inaugurada, com trinta especialistas exibindo o produto de receitas seculares resgatadas do esquecimento.

Pela terceira vez, um recinto coberto junto ao Mosteiro alberga um desfile de sabores capaz de derrubar a mais firme dieta, de que são exemplo as "gargantas de freira" (à base de fios e doce de ovos), os "ninhos conventuais" (gila e ovos), a "divina gula" (a partir de ovos e amêndoa) e, no campo dos licores, a "ginja de Alcobaça".

Milhares de visitantes

Depois de receber 30 mil visitantes há dois anos e 36 mil na segunda edição, a Mostra de Doces Conventuais de Alcobaça aposta pela primeira vez em premiar o melhor doce em exposição e, em paralelo, promove a apresentação do livro "Elogio da Ginja", hoje pelas 16 horas. Entre os trinta stands, ocupados até amanhã por ordens religiosas, autarquias, pastelarias e casas de chá, está representada a doçaria do Minho, Ribatejo, Algarve, Beira Baixa, Estremadura, Alentejo, Beira Litoral, Pinhal Interior e Galiza, esta a marcar a internacionalização do evento. Francisca Casteleiro, de Beja, apresenta receitas que nasceram em famílias abastadas, cujos herdeiros frequentaram o convento local, como o "quejinho de hóstia", confeccionado a partir de ovos moles e amêndoa. "O Alentejo é das regiões mais ricas em doces", afirmou ao Correio da Manhã, depois de explicar que a sua pesquisa, com base em manuscritos antigos e testemunhos dos habitantes mais velhos, resultou na recuperação de dezenas de receitas.

Unidade a 180 escudos

O resultado são doces caros, a uma média de 180 escudos a unidade, mas quase irresistíveis: "Os meus clientes são pessoas de Norte a Sul do País que vêm especificamente à nossa casa", sublinhou. Segundo Francisco Vieira, presidente da Região de Turismo Leiria/Fátima, a promoção da região "não é feita só com o património edificado", o que justifica a consolidação de apostas complementares idênticas à Mostra de Doces Conventuais de Alcobaça, em que foram investidos 3.500 contos. Como nas edições anteriores, também este ano se encontram licores entre as trouxas de ovos de Aveiro e o pão-de-ló de Alfeizerão. É o caso da bebida fabricada no mosteiro de Singeverga, com base numa fórmula secular dos monges beneditinos. É feita de produtos naturais, entre os quais o açafrão, que vem do estrangeiro e custa 270 contos o quilograma.

Fonte CM

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