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Capela doada provoca polémica
2001-11-16 14:31:26 A inauguração das obras de recuperação e restauro da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, em Sernancelhe, estão a provocar polémica. O pequeno templo é particular, mas foi doada à câmara, há nove anos, pelo proprietário, Joaquim Lapa e Nápoles que, numa carta aberta enviada ao presidente, acusa-o de "falta de educação", por não ter sido convidado para a cerimónia de inauguração.
"A atitude por V.Exª tomada agride, violentamente, as mais elementares normas de protocolo", escreve Lapa e Nápoles, que condena, ainda, o edil, por ter declarado, nas cerimónias de inauguração, que a capela estava abandonada há mais de 100 anos.
Tudo mentira
"É mentira. Se alguma vez esteve abandonada foi após a doação", garante o benemérito, que também censura o autarca por não ter, ainda, formalizado a escritura notarial de doação. "Estranhamente, até hoje, nunca a Câmara Municipal de Sernancelhe fez qualquer diligência no sentido de se efectuar a escritura notarial da doação que fiz e mantenho".
O presidente da edilidade, José Mário Cardoso, responde a Lapa e Nápoles: "A escritura nunca foi feita porque pedi ao doador o registo de propriedade do imóvel, sem o qual seria impossível a regularização do processo, documento que, até hoje, ainda não me chegou às mãos". O autarca justifica que a passagem da capela do regime de propriedade privada para pública, "não foi pacífico, já que, posteriormente, outros apareceram a arrogar-se o estatuto de reais donos".
José Mário Cardoso mantém o que disse na inauguração do restauro do templo. "É verdade que a capela esteve várias décadas abandonada. Até chegou a servir de acampamento de ciganos. Tenho testemunhas do que afirmo".
Sobre a acusação de alegada falta de diplomacia da sua parte na cerimónia inaugural, o presidente da Câmara de Sernancelhe faz "mea culpa": "Admito que houve uma falha protocolar, embora o convite tenha sido feita à população inteira, entre a qual se incluía Lapa e Nápoles".
Fonte JN
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