paroquias.org
 

Notícias






Bispos admitem menor prática religiosa
2001-11-16 14:30:42

O número de católicos que vão à missa aos domingos está mesmo a baixar, reconheceu ontem a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) no final da Assembleia Plenária dos bispos que se realizou esta semana em Fátima. Embora considerando que "o caso não é para alarmes", o presidente da CEP em exercício, D. António Marcelino, anunciou que as próximas jornadas de reflexão do episcopado serão dedicadas aos "porquês da diminuição da prática religiosa".


Apesar deste reconhecimento, terá de se esperar que o Instituto Nacional de Estatística apresente os resultados oficiais do Censos de 2001 para que se conheçam os números concretos do recenseamento dominical. Segundo o bispo, só a partir da comparação com a diminuição da população em geral será possível ter-se uma noção real desta diminuição. A estes dados se juntarão, também, os resultados de um inquérito por amostragem, sobre comportamentos, atitudes e valores religiosos dos portugueses, encomendado, pela CEP, ao Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica. "Oportunamente tudo será revelado".

Sem mais nada adiantar sobre o assunto, é por agora certo, admitiu D. António Marcelino, que a prática religiosa está a aumentar no Sul, ao contrário do que se está a passar no Norte.

A CEP mostrou-se ontem igualmente preocupada com as violações à Lei de Bases do Sistema Educativo que estão a deixar "centenas de turmas e milhares de alunos", do primeiro ciclo, sem a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica. Segundo uma nota emitida em anexo ao comunicado final de ontem, as anomalias devem-se à interpretação que fazem do Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro, alguns Centros de Área Educativa e Direcções Regionais de Educação. Os bispos queixam-se que aquelas instâncias têm avançado com informações segundo as quais "a disciplina não faz parte do currículo das 25 horas semanais, o que, na prática, tem tornado impossível que os alunos matriculados na EMRC beneficiem desta formação a que têm direito". Assim "reclamam uma urgente revisão do Decreto-Lei 6/2001".

À parte desta polémica, a CEP aprovou um documento sobre Educação para posterior publicação. Partindo da problemática actual, os bispos "procuram apresentar os princípios e critérios que a Igreja considera essenciais para uma educação integral, e lançar desafios aos educadores para construir a pessoa humana à luz do verdadeiro Homem, Jesus Cristo", lê-se no comunicado.

Ainda como resultado de quatro dias de reuniões, foi apresentada uma extensa Nota Pastoral sobre Voluntariado. "Mais promoção social para que seja necessária menos assistência". É este o lema que a Igreja quer ver como orientação do trabalho de todos os voluntários, sejam cristãos ou outros. O importante é que "quem precisa possa ser ajudado e dignificado". E chamam a atenção para certos riscos que a prática solidária pode comportar. Um deles é o de o voluntariado poder ficar na "dependência financeira e jurídico-administrativa do Estado".

Fonte DN

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia