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IGREJA QUER PERCEBER FALTAS ÀS MISSAS
2001-11-15 09:27:05

A Igreja vai realizar em Dezembro ou Janeiro, através do Centro de Sondagens da Universidade Católica Portuguesa, uma sondagem para compreender o comportamento religioso dos portugueses.

Esta iniciativa surge na sequência do reconhecimento de que se verifica um "ligeiro declínio" do número de fiéis nas eucaristias dominicais das igrejas católicas, como reconheceu em Fátima, D. Tomás Nunes, o porta-voz da Comissão Episcopal Portuguesa (CEP). Sem querer revelar dados mais concretos sobre o recenseamento da prática dominical, o sacerdote admitiu que a redução do número de católicos que frequentam as missas dominicais "não surpreendeu" a hierarquia eclesiástica. A informação disponível foi analisada ontem pelos bispos durante o terceiro dia de trabalhos da Assembleia Plenária da CEP, que está a decorrer em Fátima, mostrando uma "mudança no comportamento religioso" das pessoas. "Não basta ter conhecimento da prática religiosa entendida como participação na missa dominical para ficarmos com uma ideia correcta do catolicismo em Portugal", afirmou D. Tomás Nunes, salientando que "há pessoas que não frequentam habitualmente a missa ao domingo mas que se consideram católicas".

Clarificar

O objectivo dessa sondagem, que será feita no continente e ilhas, passa por "tentar perceber o que está por detrás desse ligeiro declínio e o que é que significa para as pessoas considerarem-se católicas, embora não tenham uma prática dominical regular". Mais do que a diminuição da prática eucarística, o porta-voz da CEP mostrou-se preocupado com o significado do domingo para os católicos, que, em muitos casos, "esquecem o seu significado religioso". "Precisamos de rever todo o dinamismo que é impresso à celebração da eucaristia, mas a questão de fundo não é a forma como as celebrações são vividas, mas uma questão de fé em Jesus Cristo", reconheceu D. Tomás Nunes "O sentido festivo das celebrações, a palavra que é dirigida e a forma como o anúncio é feito" são alguns dos aspectos que poderão ser revistos por parte da hierarquia católica em Portugal, admitiu o prelado, bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa.

Escolas vigiadas

Na mesma reunião, D. Tomás Nunes, lamentou que as escolas católicas sejam sujeitas a uma maior fiscalização e rigor por parte da tutela do que o sector público. O porta-voz da CEP queixou-se do "pendor estatizante da educação" em Portugal, que, relativamente ao ensino particular e cooperativo, "conduz a determinados constrangimentos". Os estabelecimentos católicos são ainda mais prejudicados, sujeitos a "um rigor muito superior em relação às escolas públicas", disse o prelado, referindo-se às condições de espaço físico e pedagógicas. Por outro lado, os pais têm, em Portugal, uma grande "dificuldade em concretizar o direito de escolha do projecto educativo" para os seus filhos, sendo, na maioria dos casos, obrigados a recorrer unicamente ao sector público não confessional. Este é "um direito humano fundamental" consignado na Constituição Portuguesa que não está a ser respeitado, criticou D. Tomás Nunes. Os bispos aprovaram na generalidade um documento sobre educação que deverá ser publicado até Janeiro. O texto "reflecte os problemas que sentimos ao nível do ensino", disse o sacerdote.

Fonte CM

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