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Uma nova Livraria
2001-11-12 21:22:32

Abriu ontem ao público uma nova Livraria, em Luanda, ali ao lado da Assembleia Nacional.

Escrevemos "livraria" com L grande, porque ela, a Livraria Mensagem, não pretende ser apenas uma "loja de livros" - e mais alguns artigos de papelaria, para sobreviver! - mas sobretudo uma casa de diálogo inter-cultural, no campo político-social, da filosofia, da literatura e das ciências humanas, tendo o livro como seu canal, veículo e suporte. Esta notícia poderia até passar despercebida, tendo em conta que estamos numa cidade de quatro milhões de habitantes. No entanto, atendendo aos condicionalismos sociais e políticos em que se vive, merece que lhe dêmos relevo especial. Podemos classificá-la como um acto de grande coragem e fé no presente e no futuro da sociedade, por parte de um grupo de intelectuais angolanos, com o apoio da experiente e conceituada Editorial Verbo de Lisboa.

Conhecemos o nascimento, há pouco mais de um ano, da Livraria das Edições Paulinas, uma casa com ideal semelhante, embora mais virada para o livro e para o audiovisual de carácter religioso. E temos admirado a coragem, a persistência e a determinação das suas responsáveis, na luta pelo ideal de uma sociedade melhor e mais humana, mesmo à custa de sacrifícios pessoais e financeiros, que só Deus saberá.

Bom era que as autoridades, perante as dificuldades na movimentação de mercadorias, provindas de fora e mesmo dentro do País, soubessem olhar
para o livro de forma diferente de qualquer outro produto comercial e facilitassem o seu acesso a cada cidadão. O livro está para o espírito
como o pão para a boca. É igualmente merecedor de protecção oficial, mais ainda nas circunstâncias actuais. O Ministro da Educação e Cultura, ali
presente, cremos que terá ouvido bem o recado.

São estas iniciativas que aumentam a cultura de um povo, enriquecendo e enobrecendo o seu nível humanístico e civilizacional. Sobre alicerces destes, vale a pena construir: só assim se justifica plenamente sonhar o futuro.

É a partir do aumento de nível cultural que surgirá a paz duradoura e o melhor aproveitamento da riqueza da Nação; que haverá mais pão, mais
escola e mais emprego; e que, então sim, todos os angolanos se sentirão legitimamente orgulhosos da grande terra que os viu nascer.


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