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Santa Sé na linha de frente pela defesa das crianças
2001-10-28 11:06:06

A Santa Sé confirma seu empenho na proteção dos direitos da infância. Em 24 de outubro, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, mons. Renato Martino, depositou a ratificação dos dois protocolos opcionais à Convenção dos Direitos da Infância, aprovados pela Assembléia Geral da ONU em 25 de maio de 2000.

O primeiro protocolo veta de maneira explícita a venda de crianças, prostituição e pornografia infantil, invocando uma proteção legal contra o desfrute sexual de crianças, e a transferência ilegal de órgãos. A Santa Sé é o 11o estado a ratificar o protocolo, que entrou em vigor com a ratificação de dez nações. O segundo protocolo, que trata do envolvimento de crianças em conflitos armados, estende a faixa de proteção aos 18 anos, acrescentando o veto de recrutamento em forças armadas não estatais. A Santa Sé é o sétimo estado a ratificar o protocolo, que entrará em vigor com a ratificação de outros três estados.
Em sua intervenção na 56a sessão da Assembléia Geral sobre promoção e proteção dos direitos da criança, mons. Martino lembrou que grande parte da humanidade vê a guerra apenas pela TV, mas "tristemente, muitas crianças do mundo são afetadas por guerras e conflitos a cada dia de suas vidas. Eles carregam cicatrizes físicas e psicológicas, que podem ser resultado de um envolvimento direto como crianças-soldado ou através de seqüestros, abusos, separação do ambiente familiar, desnutrição, perda de oportunidades educativas". O mesmo acontece com crianças vítimas de desfrute sexual: "Horrores inimagináveis são um evento cotidiano para estas crianças. Eles sofrem traumas físicos e psicológicos que deixam cicatrizes incuráveis."
Mons. Martino explicou que a Santa Sé ratifica os dois documentos porque, "sempre reconheceu a importância fundamental de proteger os direitos humanos da infância, e promover o seu bem-estar. Isto é uma evidência, observada através das milhares de escolas, hospitais e centros de assistência administrados pela Igreja católica em todo o mundo, e ainda o trabalho que a Igreja realiza com crianças refugiadas e desalojadas, que vivem na pobreza e são separadas de seus pais ou da família".
Ao depositar a ratificação, a Santa Sé encorajou todos os outros Estados a fazerem o mesmo, mas mons. Martino nota que "enquanto o código é uma garantia legal, este não dá certeza de proteção. A autêntica proteção para as crianças em todo o mundo vem do amor, do cuidado e da genuína preocupação que cada pessoa é chamada a oferecer, no reconhecimento de que todas as crianças são um dom precioso de Deus.".
Observando os progressos ocorridos no mundo nas áreas da saúde, instrução, alimentação das crianças, o Observador disse que "continuar a criar um mundo na medida para crianças poder ser possível com uma cooperação real e solidariedade nas nossas ações", em referência ao papel da ONU, mas também ao papel das famílias. (Fides 26/10/2001)
Informações - Os abusos com relação as crianças
Roma (Fides)- Trabalho infantil, desfrute sexual, AIDS, são algumas das pragas que afligem a infância no mundo. Os dados dos organismos da ONU são impressionantes: as crianças que trabalham - segundo a Organização Mundial do Trabalho (ILO) - são 250 milhões, das quais 73 milhões em regime de escravidão. O número de crianças-soldado em todo o mundo é de trezentos mil. Os países com maior número de crianças-soldado são: Argélia, Angola, Burundi, República do Congo, República Democrática do Congo, Libéria, Ruanda, Serra Leoa, Sudão, Uganda, Camboja, Guatemala, Colômbia.
De 1990 até 2000, foram mortas 2 milhões de crianças e outras 6 milhões ficaram feridas por causa da guerra. As crianças refugiadas do mundo somam 20 milhões, dos quais 13 milhões desalojadas dentro do próprio país. Desde o início da epidemia da AIDS, mais de 13 milhões de crianças ficaram órfãs, e outros 3 milhões contraíram o vírus. São 40 milhões o número de crianças obrigadas a viver nas ruas. Desnutridos somam 200 milhões. Não existem estatísticas precisas sobre a prostituição e a pornografia infantil, mas, segundo a ONU, o número de crianças que sofrem por desfrute sexual vai de cem mil a 2 milhões e 400 mil.

Fonte Ecclesia

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