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Resignação do Papa nunca foi abordada
2001-10-28 11:02:48 Ninguém pediu ao Papa para ele resignar, ao contrário do que alguma imprensa italiana veiculava ontem, na sequência do Sínodo dos Bispos, que ontem terminou com uma missa na Basílica de S. Pedro, em Roma.
O desmentido do Vaticano chegou na conferência de Imprensa final do encontro de cerca de 250 bispos, mas o próprio Papa também respondeu à notícia, de forma velada, na oração. João Paulo II pediu às Conferências Episcopais para estudarem a valorização dos bispos reformados, «ainda de boa saúde e cheios de energia».
Por seu lado, o cardeal Jean Honoré, arcebispo emérito de Tours (França), ele próprio reformado, garantiu que a questão da resignação do Papa nem sequer foi levantada no Sínodo. E desmentiu que, como diz a Imprensa, quatro dezenas de bispos presentes tenham escrito a João Paulo II nesse sentido.
Jean Honoré explicou que a resignação do Papa é uma questão de consciência pessoal do Sumo Pontífice, com 81 anos, e que continua a desenvolver uma actividade relativamente intensa, apesar dos seus problemas de saúde. O Papa «viu desaparecer muitos dos seus pretensos sucessores», comentou mesmo, sorrindo, um alto prelado francês da cúria romana.
Para lá destas questões, a missa de ontem esteve na linha das conclusões do Sínodo, condenando mais uma vez o terrorismo, descrito pelo Papa como uma ameaça. Os intervenientes na oração rezaram «pela paz no Mundo, ameaçada pelo terrorismo, e tornada hoje mais frágil em todo o planeta devido ao medo de réplicas e vinganças».
Foi lida uma oração em mandarim, em favor dos pobres do Mundo inteiro. O papa dirigiu uma «saudação particular aos bispos da China Continental, cuja ausência no Sínodo não nos impediu de nos sentir espiritualmente próximos».
Quarta-feira, o Sumo Pontífice tinha pedido perdão à China pelos «erros cometidos» pela Igreja católica naquele país, «no passado», e desejou «a normalização das relações», entre a Santa Sé e a República Popular da China.
Fonte JN
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