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Guerra Justa? Guerra Santa?
2001-10-25 22:07:05

A religião e a violência, a propósito do terrorismo e do ataque ao Afeganistão, estiveram, dia 24 de Outubro, em análise num colóquio, na Universidade Católica, em Lisboa.

Mais do que tecer juízos de valor sobre actos e pessoas, o objectivo dos três conferencistas presentes foi procurar compreender, interpretar e contextualizar os acontecimentos actuais.

Alfredo Teixeira reflectiu sobre a violência nas sociedades humanas e lembrou, segundo o pensamento de René Girard, a tendência para se “superar a violência procurando um bode expiatório, uma vítima” de retaliação. Este conferencista fez ainda uma ligação deste pensamento à religião cristã, onde é através de um Deus, das vítimas, dos sofredores, que a violência das sociedades humanas é, ou procura ser, ultrapassável.

O Pe. Joaquim Carreira das Neves debruçou-se sobre a realidade das Escrituras Sagradas para o mundo cristão e para o mundo muçulmano. “Bíblia e Alcorão, ambas utilizam uma linguagem de violência”, sublinhou. No entanto, frisou que ambos os Livros devem ser lidos, sabendo-se usar os instrumentos da História, contextualizando-se as passagens em causa, compreendendo, então, que, nem Bíblia, nem Alcorão, podem ser bandeiras para qualquer tipo de violência.

Por fim, o Pe. Peter Stilwell sublinhou episódios de violência da história recente, recordando “movimentos do islamismo, do judaísmo e do cristianismo que apelam à violência para a realização de projectos políticos e/ou utopias político-religiosas”. Um dos exemplos dados foi a tradição das irmandades muçulmanas do Egipto que “pretendem instalar um Califato Internacional”. Apesar disto, ficou sublinhado que, em todos estes casos, se trata de grupos minoritários e sem expressão relevante, dentro de movimentos que abrangem milhões de pessoas.

Fonte Ecclesia

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