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Papa pede para não reduzir Jesus à sua dimensão divina nem à sua dimensão histórica 2006-10-08 14:46:08 Não é possível compreender Jesus se não se leva em conta tanto sua dimensão divina como sua dimensão histórica, explicou Bento XVI nesta quarta-feira.
«Nunca podemos perder de vista nenhum destes dois elementos -- declarou --, pois se proclamamos só a dimensão celestial de Jesus, corremos o risco de fazer d’Ele um ser etéreo e evanescente, e se só reconhecemos seu papel concreto na história, corremos o risco de ignorar sua dimensão divina, que constitui sua qualificação própria.»
As palavras do pontífice foram ouvidas por quarenta mil peregrinos, que lhe deram as boas-vindas na praça de São Pedro, com motivo da audiência geral semanal, em seu regresso ao Vaticano após o período veraneio transcorrido na residência pontifícia de Castel Gandolfo.
Em sua catequese, o Santo Padre continuou meditando sobre os doze apóstolos de Jesus. Nesta ocasião, o personagem escolhido foi Bartolomeu, que tradicionalmente é identificado também com o personagem evangélico chamado Natanael.
Ao conhecer Jesus, Natanael propôs ao apóstolo Felipe a famosa pergunta: «De Nazaré pode sair coisa boa?».
«Esta expressão é importante para nós -- reconheceu o Papa. Ela nos permite ver que, segundo as expectativas judaicas, o Messias não podia proceder de um povoado obscuro, como era o caso de Nazaré.»
«Ao mesmo tempo -- acrescentou --, mostra a liberdade de Deus, que surpreende nossas expectativas, manifestando-se precisamente lá onde não o esperamos.»
A história de Natanael sugeriu ao Papa outra reflexão: «em nossa relação com Jesus, não temos de contentar-nos só com as palavras».
«Felipe, em sua resposta, apresenta a Natanael um convite significativo: “Vem e verás”.»
«Nosso conhecimento de Jesus tem necessidade sobretudo de uma experiência viva -- insistiu o bispo de Roma: o testemunho de outra pessoa é certamente importante, pois normalmente toda nossa vida cristã começa com o anúncio que nos chega por causa de um ou de vários testemunhos.»
«Mas nós mesmos temos de envolver-nos pessoalmente em uma relação íntima e profunda com Jesus», afirmou.
O primeiro encontro de Jesus com Natanael conclui com uma profissão de fé pronunciada por este apóstolo: «Tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel».
Estas palavras, constatou, «apresentam um duplo e complementar aspecto da identidade de Jesus: é reconhecido tanto por sua relação especial com Deus Pai, de quem é Filho unigênito, como por sua relação com o povo de Israel, de quem é chamado rei, atribuição própria do Messias esperado».
O Papa concluiu recolhendo o ensinamento que os cristãos podem tirar hoje do testemunho de São Bartolomeu, apesar de que os Evangelhos falam pouco dele: «a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada inclusive sem realizar obras sensacionais».
«O extraordinário é Jesus, a quem cada um de nós está chamado a consagrar a vida e a morte», reconheceu.
ZP06100406
Fonte Zenit
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