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Vaticano Recomendou Silêncio Sobre Padres Pedófilos 2003-08-08 08:01:01 O arcebispo espanhol Julian Herranz, presidente do conselho que supervisiona a legislação da Igreja Católica, confirmou ontem à agência AFP que um documento do Vaticano, datado de 1962, recomendava que se guardasse segredo sobre casos de padres pedófilos.
O documento, a que a estação de televisão CBS teve acesso, refere-se aos "piores crimes": a "agressão sexual cometida por um padre ou a tentativa de agressão" com jovens de ambos os sexos ou com animais. E pede aos padres que, nestes casos, "façam o maior segredo (...), assim como a vítima (...), sob pena de excomunhão".
O Papa João Paulo II "reorganizou todo este assunto e o documento "crimen sollicitationis" [incitação ao crime], de 16 de Março de 1962, deixa de ser válido caso seja ultrapassado pela nova legislação", sublinhou Julian Herranz. Os especialistas em Direito do Vaticano lembraram que o código de direito canónico em vigor na época (anos 60) foi reformado 20 anos depois, graças ao Concílio Vaticano I.
Advogados americanos mostraram o texto de 1962 por ocasião do processo contra os padres pedófilos. Pretendiam denunciar a política da Igreja Católica que, argumentaram, ainda tenta encobrir os casos de pedofilia usando para isso o segredo e exigindo o mesmo às vítimas.
Um dos advogados que representa as vítimas nos EUA, Larry Drivon, considerou o texto de 1962 um "manual de instruções sobre a forma de mentir e de proteger os pedófilos". Os advogados disseram ainda que o documento serviu de base para a política da Igreja Católica nos Estados Unidos até à redacção, no ano passado, de um novo texto pelos padres americanos.
No último ano, cerca de 400 padres católicos foram acusados de crimes de pedofilia.
Fonte Público
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