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Sabedoria 2 2 1*Dizem, com efeito, nos seus falsos raciocínios: «Breve e triste é a nossa vida, não há remédio algum quando chega a morte. E também não se conhece ninguém que tenha regressado do mundo dos mortos. 2Foi por acaso que viemos à existência e, depois, será como se não tivéssemos existido! A respiração das nossas narinas é apenas fumo, e o pensamento, uma centelha do bater do coração! 3Quando ela se apaga, o nosso corpo voltará ao pó, e o nosso espírito se dissolverá como o ar subtil. 4Com o tempo, o nosso nome cairá no esquecimento, e ninguém se lembrará das nossas obras. A nossa vida é como uma nuvem que passa sem deixar rasto, há-de dissipar-se como bruma, ferida pelos raios de sol e abatida pelo seu calor. 5O tempo da nossa vida é como sombra que passa, e o nosso fim não se pode adiar, pois a vida está selada e ninguém pode voltar atrás. 6Vinde, pois! Gozemos dos bens presentes, tiremos prazer das criaturas com o ardor da nossa juventude! 7Inebriemo-nos do melhor vinho e de perfumes, e não deixemos passar as primeiras flores da Primavera! 8*Coroemo-nos de botões de rosas, antes que murchem! 9Nenhum de nós falte às nossas orgias; deixemos em toda a parte sinais da nossa alegria, pois esta é a nossa parte e a nossa herança.» Atitude dos ímpios para com o justo (Jr 20,10-13) 10«Oprimamos o justo na sua pobreza, não poupemos a viúva nem respeitemos os cabelos brancos do ancião! 11Seja a nossa força a norma da justiça porque o que é fraco para nada serve. 12*Armemos laços ao justo porque nos incomoda, e se opõe à nossa forma de actuar. Censura-nos as transgressões da Lei, acusa-nos de sermos infiéis à nossa educação. 13Ele afirma ter o conhecimento de Deus e chama-se a si mesmo filho do Senhor! 14Ele tornou-se uma viva censura para os nossos pensamentos; só o acto de o vermos nos incomoda, 15pois a sua vida não é semelhante à dos outros e os seus caminhos são muito diferentes. 16*Ele considera-nos como escória e afasta-se dos nossos caminhos como de imundícies. Declara feliz a sorte final do justo e gloria-se de ter a Deus por pai. 17Vejamos, pois, se as suas palavras são verdadeiras, e que lhe acontecerá no fim da vida. 18Porque, se o justo é filho de Deus, Deus há-de ampará-lo e tirá-lo das mãos dos seus adversários. 19Provemo-lo com ultrajes e torturas para avaliar da sua paciência e comprovar a sua resistência. 20Condenemo-lo a uma morte infame, pois, segundo ele diz, Deus o protegerá.» Os critérios errados dos ímpios 21Estes são os seus pensamentos, mas enganam-se porque os cega a sua malícia. 22*Ignoram os desígnios secretos de Deus, não esperam a recompensa da piedade e não acreditam no prémio reservado às almas simples. 23Com efeito, Deus criou o homem para a incorruptibilidade e fê-lo à imagem do seu próprio ser. 24*Por inveja do diabo é que a morte entrou no mundo, e hão-de prová-la os que pertencem ao diabo. |
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