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Inteligência Espiritual
 

2.º Macabeus 3


I. CAUSAS DA REBELIÃO DOS MACABEUS
(3,1 - 7,42)


3 Rivalidades entre Simão e Onias III - 1No tempo em que a cidade santa gozava de perfeita paz e as leis se observavam com exactidão, por causa da piedade do Sumo Sacerdote Onias e da sua luta contra o mal, 2o templo era respeitado, mesmo pelos reis estrangeiros. Estes honravam o santuário e enriqueciam-no com os mais ricos presentes. 3Assim, Seleuco, rei da Ásia, custeava, com suas rendas pessoais, todas as despesas necessárias à liturgia dos sacrifícios.
4*Mas, um certo Simão, do clã de Bilga, nomeado intendente do templo, entrou em desacordo com o Sumo Sacerdote por causa da fiscalização do mercado público. 5Como não pudesse vencer a resistência de Onias, foi procurar Apolónio de Társis que, nessa época, governava a Celessíria e a Fenícia. 6Declarou-lhe que o tesouro do templo estava cheio de indizíveis riquezas, cujo número era incalculável, sem nada terem a ver com os gastos dos sacrifícios, e que ele encontraria meio de fazer entrar tudo isso no erário real.
7Indo ter com o rei, Apolónio falou-lhe das riquezas que lhe tinham sido referidas. Este tomou a decisão de enviar o seu intendente Heliodoro com a ordem de se apoderar dessas riquezas. 8Heliodoro pôs-se imediatamente a caminho, sob o pretexto de visitar as cidades da Celessíria e da Fenícia mas, na realidade, para executar a ordem do rei. 9Tendo chegado a Jerusalém, foi amigavelmente recebido pelo Sumo Sacerdote e pela cidade, a quem transmitiu as informações recebidas e comunicou o fim da sua visita, perguntando-lhe se tudo isso correspondia à realidade. 10O Sumo Sacerdote fez-lhe ver que se tratava de depósitos das viúvas e dos órfãos 11e de uma quantia que pertencia a Hircano, filho de Tobias, varão muito eminente, contrariamente às calúnias feitas pelo ímpio Simão, e que a soma total do dinheiro era de quatrocentos talentos de prata e duzentos de ouro. 12Era completamente impossível defraudar os que tinham depositado confiança na santidade do lugar e no carácter sagrado e inviolável do templo, venerado em toda a terra.

Heliodoro tenta saquear o templo - 13Heliodoro, porém, em virtude das ordens do rei, respondeu que estas riquezas deviam ser transportadas necessariamente para o tesouro real. 14E, no dia por ele fixado, entrou com a intenção de se apoderar dessas riquezas.
A partir dessa hora, espalhou-se por toda a cidade uma grande consternação.
15Revestidos com as vestes sacerdotais e prostrados diante do altar, os sacerdotes suplicavam àquele que está no céu e que fez a lei sobre os depósitos, que os conservasse intactos para aqueles que os tinham depositado. 16*Ninguém podia olhar para o rosto do Sumo Sacerdote sem se sentir compungido, porque o seu aspecto e a cor do seu semblante manifestavam a angústia da sua alma. 17O temor que o tinha tolhido, agitava-lhe o corpo com um tremor, que mostrava o sofrimento íntimo do seu coração. 18Diante da profanação que ameaçava o templo, o povo saía em tropel das casas a fim de se juntar à prece comum. 19As mulheres, cingidas de saco até à altura dos seios, enchiam as ruas; as donzelas, geralmente retidas em casa, corriam, umas para as portas, outras para as muralhas, outras olhavam pelas janelas. 20Todas erguiam as mãos para o céu e oravam. 21Causava dó observar toda a confusão deste povo abatido, e a angústia em que jazia o Sumo Sacerdote. 22Todos imploravam a protecção do Deus omnipotente, para que conservasse invioláveis os depósitos aos seus depositantes.

Castigo de Heliodoro - 23Heliodoro, por sua vez, estava disposto a consumar o seu propósito. 24Achava-se ele, com os seus homens armados, junto do tesouro, quando o Senhor dos espíritos e rei de absoluto poder, de tal forma se manifestou a todos os que tinham ousado entrar no templo, que eles desfaleceram de espanto, atemorizados diante da majestade de Deus. 25Viram, montado num cavalo ricamente ajaezado e acometendo furiosamente, um cavaleiro de terrível aspecto que atirava as patas dianteiras do cavalo sobre Heliodoro.
O cavaleiro parecia ter uma armadura de ouro.
26Ao mesmo tempo apareceram outros dois jovens fortes, cheios de majestade, ricamente vestidos, os quais, colocando-se um a cada lado de Heliodoro, o açoitavam sem cessar e descarregavam sobre ele repetidos golpes. 27Heliodoro caiu imediatamente por terra e foi envolvido por espessas trevas; os seus companheiros ergueram-no e depositaram-no numa maca. 28E ele, que pouco antes, com uma escolta numerosa e guardas pessoais, entrava no tesouro, era agora levado, incapaz de se ajudar a si mesmo, manifestando-se visivelmente o poder de Deus. 29Com efeito, ele encontrava-se estendido e ferido pela virtude de Deus, sem fala e sem esperança alguma de saúde. 30Os habitantes de Jerusalém bendiziam o Senhor que tinha glorificado o seu templo. O santuário, pouco antes cheio de confusão e de tumulto, transbordava de alegria e regozijo, graças à intervenção do Omnipotente.
31Então, alguns dos companheiros de Heliodoro suplicaram a Onias que invocasse o Altíssimo para que lhe restituísse a vida, prestes, na verdade, a apagar-se. 32O Sumo Sacerdote, temendo que o rei suspeitasse que os judeus tivessem organizado um atentado contra Heliodoro, ofereceu um sacrifício pela sua cura. 33E, enquanto o pontífice oferecia o sacrifício de expiação, os mesmos jovens apareceram a Heliodoro, vestidos com as mesmas vestes. Aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Sê grato ao Sumo Sacerdote Onias, porque é em atenção a ele que o Senhor te dá a vida. 34Confessa diante de todos o seu grande poder, tu que foste castigado por Deus.» Ditas estas palavras, desapareceram.

Conversão de Heliodoro - 35Depois de oferecer um sacrifício ao Senhor, de fazer abundantes votos ao que lhe tinha poupado a vida e de agradecer a Onias, Heliodoro regressou com as suas tropas para junto do rei. 36*Dava testemunho perante todos dos prodígios operados pelo grande Deus, diante dos seus olhos.
37Como o rei lhe perguntasse qual o homem que julgava pudesse enviar, mais uma vez, a Jerusalém, Heliodoro respondeu: 38«Se tens algum inimigo, ou alguém que conspire contra ti, envia-o lá. Se conseguir escapar, regressará bem castigado porque, na verdade, naquele lugar há uma força divina. 39O que habita no céu está presente naquele templo. Fere e aniquila os que entram nele com más intenções.»
40Foi isto, em suma, o que se passou a respeito de Heliodoro e do tesouro sagrado, que foi preservado.

 

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